Morrer de amor
morrerei
ainda
(disposto,
estou)
muitas
outras vezes
tantas
ou bem mais
do
que há séculos
venho
morrendo
Não
me doi a dor
da não
correspondência
Não me
dói a dor
de antever
o fracasso
Não
me doi a dor
lancinante
da perda
Minhas
mortes
de amor
não doem
nem pela
exposição
de tanto
cadáver meu
aos
olhos do mundo
O que
me dói – e muito
é esse
cheiro pútrido
que eles
exalam hoje
e decerto
ainda (aposto)
além,
muito além
da derradeira
morte