Corujas e morcegos

sábado, 14 de setembro de 2013

O cheiro da dor



Morrer de amor
morrerei ainda
(disposto, estou)
muitas outras vezes
tantas ou bem mais
do que há séculos
venho morrendo

Não me doi a dor
da não correspondência
Não me dói a dor
de antever o fracasso
Não me doi a dor
lancinante da perda

Minhas mortes
de amor não doem
nem pela exposição
de tanto cadáver meu
aos olhos do mundo

O que me dói – e muito
é esse cheiro pútrido
que eles exalam hoje
e decerto ainda (aposto)
além, muito além
da derradeira morte

10 comentários:

  1. É um lindo poema. Morrer de amor é um pouco humilhante.
    Palmas.
    Beijos!!!!

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  2. Alguns dias
    exalam cheiro mais intenso

    Abraço, poeta!

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  3. Até a sua morbidez me cheira bem, Wil, muito bem!

    Beijos

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  4. Compartilhei no FB. Ótimo! Sinestesia das mais belas!

    Um abraço,

    Suzana Guimarães, a Lily.

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  5. Agradeço por seguir o nosso blogue. Também seguiremos o seu não só como retribuição tal como o fascínio que guardo pela sua poesia. ;)

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  6. Obrigada por seguir o meu blogue...gostei e estou seguindo

    Um beijinho

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